A suavidade do yin por Patricia Mello
Dia Internacional da Mulher
A suavidade do Yin
A Base da Filosofia Taoista nos diz que para haver equilíbrio deve haver harmonia entre yin e yang.
Cada um ocupa um espaço específico no universo e desempenha uma função. E assim fomos criados, homem(yang), mulher(yin).
A energia da mulher esta relacionada a suvidade, delicadeza, sensibilidade, ao não movimento, a intuição, a paciência, introspecção. Sua maior característica é ser receptiva. Assim como na concepção, o óvulo(yin) que acolhe e envolve o espermatozóide(yang).
Quando a mulher tomou o rumo de sua independência tornou-se completamente yang. Foi necessário usar a força, o ímpeto, o pensamento racional em busca de sua expansão; aliás é bem curioso que elas tenham usado justamente o FOGO(YANG) para queimar em praça pública o sutiã, símbolo feminino(yin). Naquela época as mulheres eram educadas para assumirem papéis de esposas, mães e donas de casa. Éramos submissas ao extremo e a marca do machismo repercutiu de forma muito intensa provocando feridas profundas na alma, pois atitudes extremas foram tomadas.
Saímos de um pólo(yin) ao outro(yang). Fomos da submissão em busca de algo que na realidade ainda não encontramos. Sim querida amiga, porque não criamos um novo ambiente próprio para alcançarmos o nosso desenvolvimento, usamos um pré existente e este era o universo masculino.
Nos lançamos com a cara e a coragem num ambiente totalmente hostil para nós. Como diz um ditado popular : se não podemos vencê-lo junte-se a ele. E assim nos tornamos muito mais yang do que yin, mas todo desequilíbrio tem um preço cara amiga.
O tempo se passou e o que somos nós? Na realidade somos um substrato do que foi idealizado por nossas mães e avós e em cima disto, muito resultado de uma mídia que tende a empurrar a mulher de hoje a um ideal que não é alcançável, migrando da submissão a sujeição. Somos educadas para negarmos nossa feminilidade, eu falo feminilidade, não sexualidade. Temos que ser fortes, melhores em tudo , que produzir horrores no trabalho, sermos ágiveis e versáteis. Somos alvo de jornais, revistas, propaganda que cria uma mulher que não existe. Como poderemos ser aquela andróide do cinema ou nas séries das tvs ou na novela.
A imagem da mulher bem sucedida, feliz no trabalho, no amor, na educação dos filhos e no seu interior é pura ILUSÃO! Personagens criadas para explorar a nossa sujeição. A realidade é: ainda ganhamos menos que os homens e quando ganhamos mais é porque trabalhamos horas a mais, isto porque somos mais resistentes. Cada vez mais mulheres submetem-se a várias cirurgias estéticas, gastam verdadeiras fortunas em cremes e cosméticos e nunca estamos satisfeitas,. Por quê? Porque ainda não somos aquela mulher da TV ou a mulher que foi idealizada durante a nossa infância e adolescência sob influências de mulheres frustradas e submissas. Desta forma a auto estima feminina é baixa, principalmente com relação a maternidade, sexualidade e relações afetivas e familiares.
Negamos nossa essência YIN. Negamos nossa doçura a nós e a todos em nossa volta. Deixamos de ser receptivas e nos tornamos agressivas. Não é a toa que as brigas e separações são enormes entre casais. Se o homem é yang e nós também, fogo com fogo só vai gerar mais fogo, e descontrolado.
Mas se adotamos um postura apaziguadora, compreensiva, reflexiva e sentimental somos rotuladas de fracas e temos a sensação que podemos perder o poder e a força que a tanto custo foi conquistado. A partir daí que geramos doenças e desequilíbrios. Porque se de um lado a natureza se manisfesta de uma maneira, por um outro, o pensamento racional nos leva para o oposto. Todo desequilíbrio gera caos.
Então percebemos que muito há o que se trilhar para podermos dizer hoje, Dia internacional da mulher, que realmente conquistamos nosso espaço no mundo e que hoje estamos onde desejamos. NÃO...Hoje estamos onde nossas antecessoras e percussoras do movimento almejaram estar. E nós?
Onde vamos estar? Com certeza fazendo análise, tomando medicamentos ou fazendo uso de técnicas alternativas para que possamos equilibrar os nossos pólos para que os efeitos da mulher perfeita, moderna e super acelerada não entrem em colapso com a mulher essencialmente delicada, frágil, que reconhece em si toda feminilidade que existe em seu interior.
Vamos então trilhar o caminho do meio, buscando antigas idéias que nos tragam o conhecimento de quem somos verdadeiramente e que resgatem a nossa essência. Neste caminho vamos eu e você e todos aqueles que almejam um mundo mais equilibrado.
Parabéns mulher!